Glaucoma-2

    
    Hoje atendi uma paciente de 40 anos de idade. Ela é costureira, e veio para a primeira consulta oftalmológica de sua vida porque não consegue mais enfiar a linha na agulha. Ao fazer sua fundoscopia, acabei encontrando uma escavação anormal em seus nervos ópticos. Nesse caso, a primeira doença ocular a ser descartada é o Glaucoma. Após esclarecer sobre as suspeitas diagnósticas e os exames necessários, ela questionou a relação entre dor ocular e glaucoma. Essa é uma dúvida muito comum no consultório, por isso resolvi escrever hoje sobre o Glaucoma.

Segunda principal causa de cegueira no mundo (segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS), o glaucoma é uma doença multifatorial complexa. Envolve a regulação entre a circulação arterial sistêmica, a circulação ocular e a drenagem do líquido intraocular. É uma doença na maioria dos casos INDOLOR, assintomática, levando, por isso, algumas pessoas à cegueira. O glaucoma só é detectado após um exame oftalmológico cuidadoso, no qual é, inclusive, medida a pressão intraocular. Em alguns casos, são  necessários exames complementares para fecharmos o diagnóstico. O tratamento clínico, feito com colírios que baixem a pressão intraocular é o inicial, e deve ser mantido sempre que possível. Existem alguns métodos cirúrgicos para o tratamento do glaucoma, mas eles só costumam ser utilizados quando o controle da doença via medicação se mostra pouco eficaz. Em geral, as cirurgias são deixadas como último recurso por conta do risco que elas podem implicar.
A maioria dos casos de glaucoma evoluem bem com o tratamento e acompanhamento médico constante. Apenas casos em que o diagnóstico é feito muito tardiamente têm um prognóstico mais reservado. É importante sabermos informar se existe algum familiar que ja teve ou tem glaucoma, pois essa informação influi no diagnóstico e prognóstico da doença.

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